Projetos de pesquisa do HU/UFJF serão financiados pela FAPEMIG

Por Ana Paula Nogueira do Nascimento

A Fapemig irá repassar R$304.928,26 para serem investidos em projetos no Hospital Universitário da UFJF, que foram contemplados no Edital 14/2012 referente ao Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS-REDE). Foram aprovadas 50 propostas de pesquisas com foco em processos de atenção à saúde, à inovação e à qualidade da gestão. O edital é uma parceria entre a Fundação, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Saúde e a Secretária Estadual de Saúde e é voltado para Entidades Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ECTIs), localizadas no Estado de Minas Gerais, abrangendo cinco linhas temáticas: Regionalização, Redes e Planejamento, Assistência, Recursos Humanos, Monitoramento e Avaliação, Financiamento.

Das propostas de pesquisas aprovadas, três são de profissionais do Hospital Universitário/UFJF, Dimas Augusto Carvalho de Araújo, Maria Cristina Vasconcelos Furtado, Marcelo Maroco Cruzeiro e duas são relacionados a atividades desenvolvidas no hospital, a da professora Maria Teresa Bustamante Teixeira e a do psicólogo Telmo Mota Ronzani. Mais de R$ 7 milhões serão investidos e o prazo de execução dos projetos é de até 18 meses, contados a partir da data do Termo de Outorga Eletrônico.

Coordenadores e projetos:

Enxoval hospitalar

O Dr. Dimas Augusto Carvalho de Araújo, diretor do Hospital Universitário UFJF, que teve seu projeto de pesquisa “Gerenciando Enxoval Hospitalar: Redução do Custo Saúde”, disse que o gerenciamento do enxoval hospitalar tem se aperfeiçoado por meio do investimento em novas tecnologias, que auxilia o processo de controle do enxoval, de evasão, do tempo de vida útil de cada peça, controle de entrada e saída, inventário eletrônico, geração de relatórios e indicadores por meio de softwares, contendo dados exatos da localização das peças. Nesse sentido, pretende-se avaliar a importância de tecnologias, por meio de um sistema informatizado, que servirá como modelo para o sistema estadual de saúde de Minas Gerais. Acrescentou ainda que no desenvolvimento deste projeto está prevista a elaboração de protocolos, treinamento de equipes para implantação de tecnologias e controle de qualidade, além da produção de dissertação de mestrado. O projeto conta com a colaboração da Prof.ª Drª Angela Maria Gollner, do Prof. Dr. Lourival Batista de Oliveira Júnior, da economista Ludmilla Rodrigues Costa Gonçalves e da Administradora Kátia de Lima Passos Ferreira.

Mortalidade

A falha em reconhecer a deterioração clínica de pacientes internados nas enfermarias hospitalares ocasiona demora na adoção de medidas apropriadas. O agravo resultante aumenta a mortalidade hospitalar, as admissões inesperadas em unidade de tratamento intensivo (UTI) e eleva custos. Há um crescente reconhecimento que eventos críticos, como morte, parada cardiorrespiratória (PCR) e admissões não planejadas em UTI são precedidos por períodos relativamente longos de instabilidade clínica. Assim o projeto de pesquisa coordenado pela Dr. Maria Cristina, “Reduzindo a mortalidade em hospitais de ensino: Implantação da equipe de resposta rápida” tem o objetivo de implantar equipes de resposta rápida no HU/UFJF; promover educação e treinamento dos provedores habituais de assistência aos pacientes e dos membros da Equipe de Resposta Rápida (EER); avaliar a efetividade da ação implantada; publicar e disponibilizar para o SUS a metodologia e implantação. De acordo com a Dr. Maria Cristina, a

Professoras Angela Gollner e Maria Criatina

Professoras Angela Gollner e Maria Criatina

Equipe de Resposta Rápida é um sistema que identifica e responde de maneira rápida e apropriada aos pacientes que desenvolvem riscos para eventos adversos em setores hospitalares fora de unidades de emergência ou terapia intensiva.

Interdisciplinaridade

Ao falar do seu projeto de pesquisa, Screening Precoce da Neuropatia Diabética Periférica para Enfermeiros na Atenção Primária a Saúde, o Neurologista Marcelo Maroco destaca o foco da proposta, ouça:

O grande diferencial nesse projeto se encontra na atuação do enfermeiro, que irá exercer uma função de suma importância, como destaca Maroco:

Ele ainda destaca que para o SUS a ideia é causar um impacto social com esse tipo de abordagem para ajudar a diagnosticar quem tem a neuropatia. Porque a partir do momento que você diagnostica a neuropatia e propõe um tratamento adequado, a chance de esse caso evoluir para uma amputação diminui.

Já o psicólogo Telmo Ronzani busca trabalhar com a temática sobre drogas, que atualmente tem sido um grande problema de saúde pública, e um dos grandes desafios na área é melhorar a cobertura e qualidade dos serviços para atenção a usuários, bem como a organização de fluxo de redes. Sendo assim, o projeto Desenvolvimento de métodos de avaliação da rede de atenção aos usuários de drogas no SUS, objetiva justamente fazer uma análise da rede de atenção dos usuários em termos da organização e fluxo das redes, da análise das necessidades e tipos de intervenção e satisfação dos usuários, familiares e profissionais. “Com essa pesquisa, pretende – se desenvolver uma metodologia adequada de avaliação do sistema de atenção para que haja então uma melhora na assistência na área de drogas para que se possa investir adequadamente na área no SUS”, afirma Telmo Ronzani.

Para a Dr. Maria Teresa Bustamante as neoplasias de mama e do colo do útero se destacam como problema de saúde pública no Brasil, tanto por representarem causas relevantes na morbimortalidade das mulheres, como por se constituírem em um desafio para o sistema de saúde, responsável por prover o acesso às ações preventivas, ao diagnóstico e tratamento destas doenças. Com o projeto Controle do câncer de mama feminina e do colo do útero em Minas Gerais: avaliação do desempenho e resultados das ações previstas na Rede Viva Vida, que contará com uma quantia de R$ 43.873,46 para sua realização, pretende-se avaliar os resultados das ações de rastreamento previstas pela Rede Viva Vida em Minas Gerais, nas dimensões da qualidade da assistência, da sobrevida e da mortalidade por estas neoplasias, obtendo assim um diagnóstico da situação destes cânceres femininos no Estado que propicie a avaliação e proposição de ações para um controle efetivo.

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